Quando sabe-se menos.

A partir do momento em que a significação surge nas palavras de um texto, na exata precisão de ideia, nasce a sabedoria. A leitura, a elucidação e a compreensão provocam a emancipação da sabedoria alheia. Trata-se então da sabedoria íntima que se subtrai, uma concepção pessoal que acaba de ser preenchida por outro, uma possibilidade de vislumbre inédito que se anula, desaparece. Então, quando isso ocorre, estamos a saber menos do que o nosso egoísmo idealizou.



domingo, 23 de outubro de 2011

Esperança

Ela almejava
depois da última promessa vã
a tão conhecida
separação.
Não mais consideraria
a melhora
futura e utópica.
Não seria mulher de tempo.
Partir, para ela,
era não mais querer
voltar.
Deveria desabafar.
Arremessar o fardo
que lhe cobria
e pesava.
Talvez
fosse a vez
de sair e nada proclamar.
Um adeus silencioso
que ecoa
e ecoa
eternamente.
Decerto o magoaria.
Mas ele ali não estava,
devia estar naquele quando
só dele
que nunca encontrava
o quando dela.
Por muito tempo
ela guardou
e o aguardou
mais que o esperado.
Sentia a sua falta
desde o começo.
E ele só tinha
amor
para oferecer.
Era pouco.
Ela não sentia mais necessidade.

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