Quando sabe-se menos.

A partir do momento em que a significação surge nas palavras de um texto, na exata precisão de ideia, nasce a sabedoria. A leitura, a elucidação e a compreensão provocam a emancipação da sabedoria alheia. Trata-se então da sabedoria íntima que se subtrai, uma concepção pessoal que acaba de ser preenchida por outro, uma possibilidade de vislumbre inédito que se anula, desaparece. Então, quando isso ocorre, estamos a saber menos do que o nosso egoísmo idealizou.



quinta-feira, 5 de maio de 2011

Lúcidos sonhos de uma noite sem sono.

Por dias seguidos não dormia. Sentia pulsar seus pensamentos, na noite, na cama que lhe acolhia em profunda solidão. Almejava as estrelas como teto, como um lar adoradamente distante. Sentia a noite aberta como agora o peito.
Atordoado por sua própria significação, pensava nas escolhas, as suas, as de outrem e as em comum.
Deitado, parecia eternamente partido, ficava a notar os fatos conjugados num tempo passado e se esquecia.
Queria um novo dia desvinculado de outros dias.
As horas pelas horas se arrastavam, a angústia se multiplicava em bom grado e sua feição se desfacelava em tristeza permitida, no escuro.
Quando em quando se sentia cansado e lamentava. Não entendia como podia não dormir um homem tranquilo.
Seu mal era a consciência.
Ao mal ele consentia.

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