Quando sabe-se menos.

A partir do momento em que a significação surge nas palavras de um texto, na exata precisão de ideia, nasce a sabedoria. A leitura, a elucidação e a compreensão provocam a emancipação da sabedoria alheia. Trata-se então da sabedoria íntima que se subtrai, uma concepção pessoal que acaba de ser preenchida por outro, uma possibilidade de vislumbre inédito que se anula, desaparece. Então, quando isso ocorre, estamos a saber menos do que o nosso egoísmo idealizou.



terça-feira, 12 de julho de 2011

Particular



E a menina no meio parou
dum terreno vazio e descampado,
dizendo ser ali um lugar sagrado
onde há muito vivia uma princesa:

Que numa noite toda pintada de anil
chegara em sua linda carruagem azul
acompanhada de seu príncipe de olhos vermelhos.

Que tinha longas tranças cor de abóbora
que mal cabiam em seu capuz amarelo.
E nos pés, preciosos sapatinhos violetas.

Que por causa de uma maçã verde,
oferecida por olhos maduros,
desapareceu e logo foi esquecida.

Ali fora o seu reino
e logo mais atrás o caminho de volta.

Um comentário: