Na presença de ambos
o amor era evidente.
Havia ali
a simplicidade
dos amantes,
nada mais.
O presente maior
era a certeza companheira
de um
e de outro.
Viviam a felicidade teórica.
Amar a quem ama.
Porém,
teimavam em amar
cada um ao seu modo.
Ele tinha,
de coração,
um amor de criança.
Pedinte e grato.
Exigente e santificado.
Ela era o amor.
Ela era o bastante.
A condição de amor
dela
era diferente.
Distante da proposta
do próprio amor.
Culpado e febril.
Dilacerado e sonhador.
Atrelava a perspectiva de amar
a buscar sempre
o que ali já estava.
E com o tempo
não mais se entendiam.
Não mais entendiam
o pretexto
que os unia.
Se distanciaram
mesmo entendendo
que ainda havia
amor.
Sabendo que
decerto
não amariam outrem,
foram cuidar do amor
de cada um.
Amavam
sem querer
e não notavam
a necessidade
do outro
amor.
Saber v.t. Conhecer, ser informado ou ter conhecimento de, ser instruído em... Menos adj. Em menor quantidade, ou intensidade. S.m. A menor quantidade, o somenos: não se deixa o mais pelo menos.
Quando sabe-se menos.
A partir do momento em que a significação surge nas palavras de um texto, na exata precisão de ideia, nasce a sabedoria. A leitura, a elucidação e a compreensão provocam a emancipação da sabedoria alheia. Trata-se então da sabedoria íntima que se subtrai, uma concepção pessoal que acaba de ser preenchida por outro, uma possibilidade de vislumbre inédito que se anula, desaparece. Então, quando isso ocorre, estamos a saber menos do que o nosso egoísmo idealizou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário