Quando sabe-se menos.

A partir do momento em que a significação surge nas palavras de um texto, na exata precisão de ideia, nasce a sabedoria. A leitura, a elucidação e a compreensão provocam a emancipação da sabedoria alheia. Trata-se então da sabedoria íntima que se subtrai, uma concepção pessoal que acaba de ser preenchida por outro, uma possibilidade de vislumbre inédito que se anula, desaparece. Então, quando isso ocorre, estamos a saber menos do que o nosso egoísmo idealizou.



domingo, 15 de julho de 2012

Apelo

Não ofereça
esse seu amor.
Simplesmente
não me cabe,
não me pertence.

Não ofereça
mais
o de costume.
Promessas
baseadas
em desejos,
utopias
de pura imaginação.
Não ofereça
a felicidade
que não se deseja cumprir.
Mais não.

Não ofereça
em vão,
um tempo que não se chega,
aconchego disposto,
sensação aprazível,
rasa
e teórica.

Não ofereça
um único toque,
uma última palavra vã,
prováveis prazeres
que dificilmente poderei
esquecer.

Não ofereça
suas armas,
artifícios e complexidades.
Não sou
nem quero ser
refém
de uma guerra
que não me compete.

Não me ofereça o
sim.
Acostumei-me ao
sem.

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