Quando sabe-se menos.

A partir do momento em que a significação surge nas palavras de um texto, na exata precisão de ideia, nasce a sabedoria. A leitura, a elucidação e a compreensão provocam a emancipação da sabedoria alheia. Trata-se então da sabedoria íntima que se subtrai, uma concepção pessoal que acaba de ser preenchida por outro, uma possibilidade de vislumbre inédito que se anula, desaparece. Então, quando isso ocorre, estamos a saber menos do que o nosso egoísmo idealizou.



quinta-feira, 6 de maio de 2010

A escolha de Matisse

Sei que talvez não deveria pedir aprovação. São minhas vontades contra a sua vontade. Devo obedecer as minhas palavras por ordem social, afinal, não chegamos aos tempos modernos. Não possuímos um padrão familiar, eu sei, mas somos o que somos e assim continuamos. Sabemos só que o nosso legado é pó e não fincamos raízes. Partimos porque podemos e vamos! Por favor não me olhe assim.

Não vou mudar, vamos mudar! Conheço suas cerimônias que foram minhas há trinta anos. Quero ir, posso, pelas cores, pelo carnaval, pelo brilho natural que se assemelha às pinturas. Relevaremos as curvas. Retificaremos o horizonte, os vários, em olhares. Seus brilhos tendem a derivar do meu e isso nada tem de mal. Devemos ir. São minhas escolhas apesar de você fazer parte. Não deveria soar dessa maneira. Por favor não me olhe assim.

Entendo seus motivos, mesmo assim não mudo meus modos. Nunca mudei e por isso desejo ir. Só para ir eu quero. Não, não há planos concretos, há a concepção fatídica de um sim, das cores internas excomugandas, as cores que crio em mim e nos outros. Também considero suas cores e entendo, entendo sim. As cores em mim e em você não tem sentido de direção, não possuem raízes, não se coordenam por bússolas, não dependem da continência do sol, da dilacerante chuva, do amarelo outono marrom... Tudo bem, não vamos! Por favor me olhe mais assim.

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