Quando sabe-se menos.

A partir do momento em que a significação surge nas palavras de um texto, na exata precisão de ideia, nasce a sabedoria. A leitura, a elucidação e a compreensão provocam a emancipação da sabedoria alheia. Trata-se então da sabedoria íntima que se subtrai, uma concepção pessoal que acaba de ser preenchida por outro, uma possibilidade de vislumbre inédito que se anula, desaparece. Então, quando isso ocorre, estamos a saber menos do que o nosso egoísmo idealizou.



segunda-feira, 24 de maio de 2010

Se te odeio é porque te amo

O que se segue aqui não é meio de justificativa ou perdão. Fiz o que fiz porque fiz. As conclusões que se seguem a partir disso são resultados de ações que vulgarizaram um suposto isso.
Nos sentidos da vida fui extremo e ponto. Nas complicações cabisbaixas sofri, nas exaltações vigorosas amei, os restos dos dias fingi viver. Houve um tempo em que simplesmente não quis, e assim sobrou-me ódio e depois o tédio.
Para o bem e para o mal os cursos seguem. Toda prova se concretiza às custas de um exagero, mesmo que este reflita o desejo de não exagerar. Se me exaltei, lamento mais as vezes de amor que as de fúria. Todo exagero é uma forma de auto-engano, e que passamos.
Se me arrependo é pelo amor que talvez conhecemos, que traçou rotas ao inegável sentimento de fantasiar. Desejei mais e depois menos. Assim as coisas acontecem.
Aplicado num contexto familiar, brigamos com quem amamos para conhecer o perdão, a culpa e o arrependimento. Para nós o modelo não serve, verificado o laço de sangue dos envolvidos. Tiramos, disso, apenas o exemplo.
Nos devemos em diversos planos que acarretaram fatos, nos preocupamos com um certo equilíbrio, uma condição equivalente que nos faria seguir e, por vezes, aprender.
Em possíveis expectativas fracassamos.
Se lhe fiz amar, fiz sofrer. Se lhe apresentei doloridas lágrimas, elas lhe fizeram companhia. Foi de minha imagem solidão.
Agora já não sinto nem reflito nada.

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